sábado, 18 de abril de 2009

Regras do Método Sociológico

Porque que Durkheim começou as regras do método sociológico com um capítulo sobre Fato social?
A razão é a seguinte, nenhuma ciência pode se constituir sem conseguir definir com precisão as especificidades de seu objeto. Na época de Durkheim vigorava uma definição que segundo ele era uma definição equivocada, que afirmava que para ser objeto da sociologia bastava que um acontecimento acontecesse em sociedade. O problema é que todo acontecimento ocorre em sociedade, agente urina em sociedade, come em sociedade, agente espirra em sociedade; Nem por isso essas atividades são especificas da sociologia porque não são sociais em suas causas.
Um grande problema de Durkheim diante dessa definição era conseguir, sobretudo distinguir o objeto de estudo da sociologia do objeto de estudo da psicologia, é por isso que o primeiro capitulo das regras do método sociológico, tematiza o objeto primordial dessa nova ciência, ou seja, uma coisa que ela consegue apresentar as especificidades de seu objeto diante das outras é porque tem mesmo razão para suprir;
Se eu digo que a definição vigente está errada, imediatamente depois eu tenho que dar a definição correta; Durkheim identifica então duas características distintivas do ato social:
1º Exterioridade: É social pelo fato dessas instancias pré existirem ao indivíduo, ou seja, não são padrões de comportamento que se inauguram com o nascimento do indivíduo, mas são padrões de comportamento que se inauguram com a inserção do indivíduo numa certa comunidade; As normas jurídicas, os sistemas de crenças religiosas, os padrões monetários, estrutura da linguagem, são inúmeros os exemplos que demonstram esse caráter exterior do fato social em relação ao seu indivíduo. Para melhor entender, tudo aquilo que nos exterior pode ser caracterizado, ou definido com o nome de patrimônio adquirido, e tu aquilo que nos é interior pode ser definido como patrimônio inato, ou seja, já nascemos com ele. Um exemplo para exterioridade é, se os indivíduos nascem e essas instâncias já existem e, quando eles morrerem elas não deixaram de existir, isso é que prova o seu caráter de exterioridade perante os indivíduos e razão pela qual não é termo da psicologia, mas sim da sociologia.
Ora se o fato social é inicialmente exterior ao indivíduo para que ele se torne interior, o procedimento para que aquilo que é exterior em sua origem se interiorize ao longo da vida do indivíduo é a coerção.
2º Coercitividade: é o processo através do qual o que nos é exterior se internaliza, Durkheim chama de Coercitividade, e confere a esse caráter imperativo as normas sociais; Significa que esse indivíduo não tem a escolha de não pertencer ou seguir essas regras sociais.
Um ponto de argumento importante a ser considerado mesmo nos casos onde podemos argumentar que os indivíduos não sentem a pressão das normas sociais não sente o seu caráter imperativo é de que estão alinhados com ela, aliados a ela.

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